Ciclistas fazem protesto após atropelamento na Avenida Paulista

Ciclistas fazem protesto após atropelamento na Avenida Paulista
Acidente aconteceu por volta das 5h30 e vítima teve braço amputado.
Motorista fugiu sem prestar socorro e jogou o braço em córrego, diz PM.




Cerca de 90 manifestantes se reuniram na tarde deste domingo (10) na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, para protestar contra o atropelamento de um ciclista na avenida no início da manhã. Eles se concentraram na Praça do Ciclista a partir das 16h30, percorreram a Avenida Paulista até a altura do acidente e seguiram a caminho do 78º Distrito Policial, nos Jardins, onde Alex Siwek, acusado do atropelamento, presta depoimento.

Além de bloquearem quase todas as faixas da avenida no local do acidente e gritarem palavras de ordem, os ciclistas espalharam cartazes nos quais chamam o motorista de "covarde". A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) fechou a rua Estados Unidos na altura da Rua Augusta, nos Jardins, devido ao protesto dos ciclistas na delegacia.
O acidente aconteceu por volta das 5h30, quando a ciclofaixa de lazer que funciona aos domingos ainda estava desativada, e o limpador de vidros David Santos de Souza, de 21 anos, seguia de bicicleta no sentido Paraíso da via. Ele foi atingido pelo carro de Siwek, que tem 22 anos e é estudante de psicologia, que fugiu sem prestar socorro. David está no Hospital das Clínicas com estado de saúde estável, mas seu braço foi amputado no acidente.

Segundo a polícia, o motorista deixou o local com o braço da vítima e jogou o membro em um córrego na Rua Ricardo Jafet, na Zona Sul da cidade. Depois disso, ele se apresentou à polícia com seu advogado.
Ao G1, o advogado de Siwek afirmou que ele não prestou socorro à vítima porque temeu a reação de pessoas que estavam no local do acidente.


O fato aconteceu no dia seguinte a um protesto de ciclistas nus, também realizado na Avenida Paulista, que denunciava a falta de segurança e a vulnerabilidade das pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte cotidiano.
A empregada doméstica Antônia Ferreira dos Santos, de 51 anos e mãe de David, conta que esse era o caso do jovem. Neste domingo, ele saiu de casa de bicicleta para ir ao trabalho. Antônia afirmou que sugeria ao filho que fosse trabalhar de ônibus, mas ele preferia a bicicleta.
Daniel Guth, 29 anos, que é consultor da área de mobilidade, está na delegacia desde as 11h30 para protestar. "É um absurdo o que aconteceu. Não foi um acidente, é mais uma tragédia envolvendo um ciclista", disse.
"Essa tragédia é superlativo do que acontece todos os dias com os ciclistas. Isso não é acidente. Do que sabemos, o motorista foi visto em zigue-zague na Avenida Paulista. Que tipo de cidadão é esse que arranca um braço, não presta socorro e percorre 7 km com o braço dentro do carro?", questionou a cicloativista Renata Falzoni, que é a criadora do Night Bikers Club do Brasil.
Chance de reimplante perdida
De acordo com informações do Hospital das Clínicas, para onde David foi levado após o atropelamento, ele estava consciente e seguia internado na tarde deste domingo.
Médicos informaram que o reimplante do membro seria possível caso o braço fosse encontrado. Siwek chegou a levar a polícia ao córrego, mas o membro não foi encontrado durante a busca.
A mãe de David disse que, ao visitar o filho no hospital, ouviu dele a afirmação de que ele estava na ciclofaixa quando foi atingido pelo automóvel. "Ele está muito assustado. Ele acha que está com o braço, mas sabe que não está. Espero justiça. Vamos procurar um advogado e ver o que vai acontecer. Isso vai ser uma luta muito grande para ele. Ele trabalha escalando prédios e gosta de adrenalina. Vai ser uma coisa muito ruim", afirmou.

Fonte:G1
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