Ex-agente da CIA promete mais revelações sobre vigilância dos EUA

Ex-agente da CIA promete mais revelações sobre vigilância dos EUA
Edward Snowden deu entrevista a jornal e negou que esteja escondido.
'Não sou um herói nem um traidor. Sou um americano', disse.

O americano Edward Snowden, que revelou o programa secreto de vigilância eletrônica nos Estados Unidos, prometeu novas revelações "explosivas" a respeito em uma entrevista exclusiva ao "South China Morning Post", um jornal de Hong Kong.
"Não sou um herói nem um traidor. Sou um americano", declarou, segundo o site do jornal.
Snowden disse que vai lutar contra qualquer tentativa de extradição. Ele disse que quer que "os tribunais e o povo de Hong Kong" decidam seu destino.
"Não estou aqui para me esconder da Justiça. Estou aqui para revelar delitos", disse.
Snowden foi visto pela última vez deixando um hotel de luxo no bairro de Kowloon, na segunda-feira.
"Minha intenção é pedir aos tribunais e ao povo de Hong Kong que decidam meu destino", disse Snowden. "Tive muitas chances de fugir de Hong Kong, mas preferi ficar e combater o governo dos Estados Unidos nos tribunais porque tenho fé no Estado de direito de Hong Kong."

Snowden revelou detalhes na semana passada do vasto monitoramento do governo norte-americano de dados da Internet e telefônicos de grandes empresas como Google Inc e Facebook Inc em vazamentos para os jornais Guardian e Washington Post.

Até agora, não há sinais de que as autoridades de Hong Kong o tenham abordado ou interrogado.
Segundo advogados locais, ele está tecnicamente livre para deixar o território chinês.
Muitos legisladores em Washington estão em pé de guerra depois de Snowden vazou a operação de monitoramento de tráfego na web e de registros telefônicos de usuários privados, em um esquema que, segundo a Casa Branca, é necessário para manter os americanos a salvo do terror.
Investigações criminais estão em andamento, mas até o momento os Estados Unidos não entraram com um pedido formal de extradição para Hong Kong, ex-colônia britânica que manteve o seu sistema legal separado mesmo depois de seu retorno ao domínio chinês, em 1997.
Caso o governo americano solicite a extradição, a questão será decidida num tribunal de Hong Kong, onde Snowden poderia argumentar a favor de sua permanência, segundo os advogados.
Em última análise, Pequim mantém o controle sobre a Defesa e as Relações Exteriores - e pode vetar decisões de extradição tomadas por tribunais de Hong Kong.
A imprensa de Hong Kong afirmou que Snowden buscava a representação de advogados proeminentes com experiência em direitos humanos e em casos de asilo.
Ele ganhou o apoio do movimento pró-democracia da cidade, que marcou uma manifestação para o próximo sábado. Os organizadores do protesto afirmaram que os manifestantes se dirigirão primeiro ao consulado dos Estados Unidos e, em seguida, à sede do governo.
"Temos que protegê-lo. Estamos pedindo que o governo de Hong Kong defenda a liberdade de expressão", afirmou Tom Grundy, um porta-voz dos organizadores, à AFP nesta quarta-feira.
"Não sabemos quais leis ele pode ou não ter quebrado, mas, se Pequim tem a palavra final, eles não precisam extraditá-lo se ele for um dissidente político", disse.
A batalha prolongada que se anuncia sobre o destino de Snowden ameaça complicar a tentativa de aproximação entre China e Estados Unidos, após o encontro na Califórnia no último fim de semana entre Barack Obama e o líder chinês, Xi Jinping. A União Europeia já manifestou preocupação pela magnitude da operação coordenada pela NSA.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou na terça-feira que Obama havia assinado uma ordem executiva exigindo proteção para os denunciantes da comunidade de inteligência que utilizarem canais "apropriados" - o que não inclui vazamentos para jornais, o caso de Snowden - com o objetivo de denunciar supostas irregularidades.
Mas Carney rejeitou todas as perguntas sobre Snowden e recusou-se a falar de suas ações enquanto as investigações estiverem em andamento. No Capitólio, no entanto, a linguagem era mais direta.
O chefe da maioria republicana da Câmara dos Representantes, John Boehner, descreveu os vazamentos de Snowden como uma violação "gigante" da lei.
"Ele é um traidor", disse Boehner à rede ABC News em uma entrevista. "A divulgação dessa informação coloca os americanos em risco. Ela mostra aos nossos adversários quais são as nossas capacidades."

O chefe da NSA, o general Keith Alexander, vai depor diante de uma comissão do Senado americano ainda nesta quarta-feira para explicar o Prism, a operação de inteligência divulgada por Snowden.
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